O
sossego da dor é estar sobrevivendo à realidade
O
ópio da vida é o consumo fútil da existência
A
coisa que gasta minhas forças é aquilo que escraviza os outros
A
culpa de ser inocente é não conseguir ensinar as contradições da
vida.
Algo
muito intenso nos carrega pelos becos mais sórdidos da existência
Colocando-nos
diante do fracasso vicioso de existir
Cercado
pelos muros da moralidade escuria
E
condenado ao sofrimento de saber que sempre é possível escolher
Somos
os restos imundos da humanidade pedinte
Escravos
de nossa imbecilidade
Meros
seres que simplesmente vivem sem sentido
Não
conseguindo reconhecer o valor de vivenciar a plenitude
Longos
sorrisos para denunciar a astúcia da ignorância
De
ser levado a insistir nos erros mais absurdos
Jogados
pela notícia da perda da inocência
Revelando
os lados escuros da hipocrisia
Tetando
viver o faz de conta que os ensinaram na escola
Amarrado
pela inércia da informação volátil
Que
pintam com as cores da alienação
A
paisagem de minhas certezas
Sou
apenas mercadoria de segunda mão
Que
escolhe escolher o já escolhido
O
já decidido a ser vivido
A
ser sentido como a felicidade
Montantes
de entulhos de conhecimentos
Barrão
minha entrada nos portões da sabedoria
Soterrado
pelo lixo que me faz crer em ilusões
Que
me faz ser mais um, em um milhão
Como
se diferenciar na massa das indolências perpétuas
Logradas
a pura ternura de repetir o já dito
Papagaiando
murmurias de um tempo feliz
Ou
de um futuro promissor
Enquanto
soterramos na mediocridade
De
não saber cuidar de nosso quintal
E
querendo resolver as questões ambientais
Sem
conseguir preservar o bem maior de nosso ser
O
que sobrará da estupidez de nossas vidas?
Linhas,
traços, laços...?
Nada
ficará para que se possa um dia mudar
Nem mesmo as vozes que ecoam neste lugar.
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