terça-feira, 17 de março de 2015

Capitão de Indústria


Uma "obra prima" perdida no mar de imbecilidades da nossa sociedade...
Qual o sentido de vivermos tudo isso???

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Entregues a Mundanidade

O sossego da dor é estar sobrevivendo à realidade
O ópio da vida é o consumo fútil da existência
A coisa que gasta minhas forças é aquilo que escraviza os outros
A culpa de ser inocente é não conseguir ensinar as contradições da vida.

Algo muito intenso nos carrega pelos becos mais sórdidos da existência
Colocando-nos diante do fracasso vicioso de existir
Cercado pelos muros da moralidade escuria
E condenado ao sofrimento de saber que sempre é possível escolher

Somos os restos imundos da humanidade pedinte
Escravos de nossa imbecilidade
Meros seres que simplesmente vivem sem sentido
Não conseguindo reconhecer o valor de vivenciar a plenitude

Longos sorrisos para denunciar a astúcia da ignorância
De ser levado a insistir nos erros mais absurdos
Jogados pela notícia da perda da inocência
Revelando os lados escuros da hipocrisia

Tetando viver o faz de conta que os ensinaram na escola
Amarrado pela inércia da informação volátil
Que pintam com as cores da alienação
A paisagem de minhas certezas

Sou apenas mercadoria de segunda mão
Que escolhe escolher o já escolhido
O já decidido a ser vivido
A ser sentido como a felicidade

Montantes de entulhos de conhecimentos
Barrão minha entrada nos portões da sabedoria
Soterrado pelo lixo que me faz crer em ilusões
Que me faz ser mais um, em um milhão

Como se diferenciar na massa das indolências perpétuas
Logradas a pura ternura de repetir o já dito
Papagaiando murmurias de um tempo feliz
Ou de um futuro promissor

Enquanto soterramos na mediocridade
De não saber cuidar de nosso quintal
E querendo resolver as questões ambientais
Sem conseguir preservar o bem maior de nosso ser

O que sobrará da estupidez de nossas vidas?
Linhas, traços, laços...?
Nada ficará para que se possa um dia mudar
Nem mesmo as vozes que ecoam neste lugar.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Reflexões de Si

Olhe ao seu redor e se pergunte quais são suas possibilidades, quem são suas mediações positivas e negativas, o que vivenciou ao longo de sua história, o que isso tudo diz de você, de quem você é hoje? O que te faz fazer as escolhas e tomar as decisões que toma para a sua existência? Que te faz querer ser algo diferente do que é hoje, do ideal de Si que almeja ser?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Águas do Amor

As águas que batem nas pedras do mar nunca são as mesmas
A vida que passa nesse instante nunca é a mesma
O vento que balança este galho nunca mais será o mesmo
O sol que brilha nosso dia hoje nunca mais será o mesmo.

Por que vivemos nesse fluxo de vida?
Por que dizemos palavras insensatas?
Por que tudo é tão efêmero?
Por que somos assim inconstante?

Enquanto a semente brota na terra
A existência finta a vida
O caos reina soberano
E o dia se cala em meio ao engano.

Das vidas que se encontram
Incomodo é não ver o que se revela
Pura ignorância dos loucos motivos
Que duram o instante do teu sorriso

Eis que o tempo não parou...

Mas ainda estou naquele mesmo momento
Sem nunca parar de mudar
Sou o eterno momento do tempo presente
Que revive o bojo daquele dia de desejo.

Memórias que se lançam por entre as fissuras do passado
Para recordar aquilo que se fez em paz
Que se fez leve como pluma de pássaro
Voando sem destino por todo o ar.

Eis que as ondas não pararam de quebrar...

Mas ainda vivenciamos a intensidade daquele mar
E da voluptuosidade daqueles beijos
Nas inconstâncias de encontros factuais
Em lugares que se fazem oceanos de amor.

Intensificam os sentimentos de sempre ti ter
Se repetem nas transformações do meu ser
Na intransigência de sempre relembrar
A vivacidade do fluxo de vivenciar.


Eis que aquela tarde... não para de nos apaixonar...

Versos em Contexto

Quantas frases ainda escreverei,
Até o dia amanhecer?
Já são tantas luas que perdi a conta
São tantos sonhos que nem consigo mais dormir.

Palavras que fogem soltas pelo ar
Misturam os versos que de ti pronunciei...
Laboriosa névoa de ditos
Que nos sublimam...

Difícil escrever com você me olhando por entre as paredes
Mais difícil é pensar que você está em tudo que eu vejo.
A noite ainda está tão bela para alucinar
Mas o que é a loucura de te amar?

Se o papel terminar antes do final,
Escreverei no teto para sempre reviver.
Dos versos que fiz amando...
Das inspirações que me deixaram mergulhando.

Quantas vezes até cansar
Minha caneta no papel a recitar...
As palavras se formam com um coral
Em perfeita harmonia faz da confusão primordial.

Dos labirintos de palavras cruzadas...
Os jeitos de se postarem em frases tão usadas...
Faz-se inédita sua sinfonia...
Desliza sobre a folha milhares melodias.

Qual a explicação de tanta inspiração,
Se o seu sorriso a tempo não paira no meu olhar?
Será a lembrança que se faz a gente amar?
Ou a sua ternura que ainda habita o meu coração?

Afetos que se misturam a tinta da caneta,
Que pintam com leveza a imensidão do papel.
Faz brotar pequenas frases de solidão...
Em belos contos de plena paixão.

Brilhos de olhar marejados,
Faz mover-me por entre as lacunas do vazio.
Que brilho é esse que me traz tanta luz...
Parece o sol que adentra minha janela...

Mas a caneta ainda desliza...
Mesmo com tanta discrepância...
Frente a sentimentos que se confundem,
Por entre vidas que se nutrem...

Antigas histórias que se repetem em outros contextos,
Como relevo elas vêm e se revelam;
Nas alegres rimas que se completam,

Em amores que se transformam nos mais belos textos...

A Existência Inautêntica

     A ínfima condição da existência humana se revela a cada instante que a sua vida é interrompida através de mortes espúrias. Atravessada por ideologias nefastas, a existência se perde nos labirintos de falsos argumentos que buscam reger suas ações no mundo. Quanto mais se imagina o desenvolvimento da humanidade com seus saberes e técnicas meticulosas, mais o ser humano se desvia das suas virtualidades que dão sentido a sua existência.

     Vivendo esquadrinhado em fábricas e convertido nas telas dos aparelhos digitais o ser humano produz materiais e instrumentos supérfluos para sua vida. Inculcado por religiões gregárias e contraditórias que pregam uma crença de um deus que nunca se manifesta. Atrelados a conhecimentos ditos científicos que mascaram grande parte de seus resultados em prol de ideologias tendenciosas que servem para manter relações de poder, a partir de um “saber superior” exposto como verdade absoluta; o ser humano segue cordial frente as suas orientações poderosas. E perdido em um tempo que não o coloca na vivência de sua existência, o indivíduo se corrompe pela hipocrisia de viver o belo mergulhado no nada.

     O sentido da vida não passa de um passar de tempo ininterrupto que serve apenas como fruto para outras gerações. Sem sentir os sabores da vida o ser humano vive o imediato instante do não estar presente como ser reflexivo de suas disposições agradáveis. Tudo aquilo que possa ser vivenciado em sua plenitude se converte em futilidades e banalidades que emana das profundezas da distorção social. Massificado nas produções dos bens de consumo que aviltam todas as possibilidades de realização satisfatória de uma existência autêntica, o ser humano deixa de vivenciar tudo que é raro para viver a inautenticidade de uma vida degradante.

Ser-para-o-futuro

"[...] ocorre uma decepção ontológica cada vez que a realidade humana desemboca no futuro, pois ele não se deixa alcançar; quando nele chegamos já é passado. É o fracasso ontológico do homem, sua paixão inútil. Esse futuro não se realiza. O que se realiza é um para-si designado pelo futuro e que se constitui em relação com esse futuro. Isso quer dizer que o homem não se totaliza, não se completa, ele é sempre uma totalização em curso, uma busca incessante de realização, um vir-a-ser. O ser do homem é, assim, um eu-no-horizonte, ou seja, um sujeito inscrito em um campo de possibilidades de ser" (SCHNEIDER, 2011, p. 126).