sábado, 20 de abril de 2013

Encontro, em cantos, desencontros


Corrida para todo lugar, não sei qual o seu lugar
Na mão, todas as chances que você pode dar
Ao menos um olhar, para eu enxergar
Não precisa nem falar, mas o que fazer se não, a alguém prejudicar
Voltei, fui e retornei; meus pensamentos circulam aonde você está
Voam longe, por entre seus dedos, incertos, mistérios...
Um olhar, um sinal, um voar
Que posso sonhar, sem sonhos de novo
Um instante, um lugar, tudo como antes de começar
Estamos indo por todo o lugar, habitável ao seu olhar
Um instante, um lugar, mil coisas para se dizer
É só um voar, espírito solto pelo ar
Sorrisos escapam por todo horizonte, dias ideais estão por vir
A cada tempo, o tempo exato, que ultrapassa todo o tempo
Algum tempo, tínhamos tempo para dizer o que se pensava
Agora, não há mais tempo, somente o tempo de agora
Doce ilusão do tocar, leves nuvens a nos tocar
Branda vida que vive, sem mim, sem ti, sem tempo, sem presente
Hoje é tempo de amar, aquilo que não se tem, aquilo que não se sente
Ontem foi tempo de amar, aquilo que vivi sem você
Amanhã será tempo de amar, tudo aquilo que não puder imaginar
Quantos dias, quantas noite, e o luar se despede, com um sorriso de quem amou
Carícias de algodão, amou por todo o verão
E o tempo ainda não passou, ao meu lado anda sem tempo para lamentação
Onde está o tempo que esperei, nos dias que lamentei, sei!
Quantos sorrisos ainda vou amar, quantas bocas ainda vou beijar?
Quantos copos ainda vou tomar, quantos diques ainda vou ultrapassar?
Sentidos múltiplos a tudo transcendem, de ti, em ti, tudo em ti amei
Lábios, pele, cabelo, olhar, sentimentos, opiniões, reflexões, furacões...
Perco-me nos pensamentos que ti invadem, viajo por ti
Cada peça de roupa ao chão se vai, cada parte de ti, a mim se revela aqui
Nossos rostos se tocam, nossas mentes, por aí se perdem
Teus suspiros em meus ouvidos replicam, suplicam, implicam
De volta, sem volta, me envolta...
Me encontro, em desencontro.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Perceber a angústia é vivenciar o extremo vazio de uma possibilidade de escolha.
O nada que se apresenta nessa possibilidade me captura em todas maneiras.
E a insuportável angústia da imprevisibilidade do lançar-se ao futuro dilacera todas as minhas virtudes.
A existência se fragmenta em diversos pedaços de vivências inautênticas.
Absorvido na incompletude que se apresenta no presente,
Relações inacabadas se realizam com os outros a todo instante.
Deixando sensações de frustração de encontros rasos que poderiam ter sido mais profundos de afetividade.