domingo, 18 de novembro de 2012

A não Vivência da Vida

O ser humano vive um lançar-se ao nada, vive um futuro que nunca chega e que o aprisiona num presente desprovido de sentido. Mergulhado em seu projeto de vida esquece de ser-no-presente algo que lhe dê satisfação de existência. Se inunda de prazeres hedonistas que capturam sua existência em sensações efêmeras, nas quais, o próprio indivíduo não consegue potencializar tal prazer a ponto de vivenciá-lo plenamente. Lançado no futuro, tudo que é vivido no presente é sempre algo inferior ao que se poderá ser vivenciado num futuro; ou ainda, em outros casos, que foi melhor vivido num passado distante. O indivíduo nega sua própria existência ao vivenciar um futuro que é sempre melhor e jamais poderá ser vivenciado. Assim, a vivência do cotidiano é negada em nome de tudo aquilo que não é, que já foi e que será. O ser que jamais será completo, nem se quer consegue ser totalização, vive a totalidade que habita um futuro próximo distante.

Um comentário:

  1. Isso me lembra esse pensamento do Dalai Lama:

    "O que mais surpreende é o homem, pois perde a saúde para juntar dinheiro, depois perde o dinheiro para recuperar a saúde. Vive pensando ansiosamente no futuro, de tal forma que acaba por não viver nem o presente, nem o futuro. Vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido."

    ResponderExcluir